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OPEN BANKING E A REVOLUÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO

  • Escritório Mario R. Dias
  • 8 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

A grande aposta do mercado financeiro para superar a contração da economia brasileira causada pela COVID-19 e incentivar o empreendedorismo é o mercado de crédito, com foco no pequeno negócio.


Além das iniciativas vindas do governo, o mercado está cada vez mais preparado para receber o pequeno empreendedor com boas opções de empréstimo. Apesar de 70% do mercado de crédito ser restrito aos 4 maiores bancos brasileiros, as novas iniciativas estão crescendo rapidamente, visto que buscam sanar as falhas dos produtos bancários e priorizam o atendimento qualificado ao cliente.


Essas iniciativas são as chamadas Fintechs, que misturam finanças e tecnologia. O número de Fintechs no Brasil dobrou de 2018 a 2019 e já são mais de 600, sendo que 20% delas atuam no mercado de crédito[1].


É evidente que os desafios de entrar em um mercado saturado e concorrer com os gigantes bancos brasileiros não é fácil, mas o ambiente está se tornando cada vez mais atrativo. Uma das medidas que facilitará essas novas iniciativas é o Open Banking, que foi regulamentado pelo Banco Central e pelo o Conselho Monetário Nacional, no dia 04 de maio de 2020, por meio da Resolução Conjunta nº 01/2020.


Por conta da baixa divulgação da mídia sobre o tema, pode parecer que essa alteração será apenas mais uma mudança dentre tantas que rotineiramente ocorrem no Sistema Financeiro Nacional, e que pouco afetam diretamente o consumidor final dos serviços financeiros.


Não é no que se aposta. O Open Banking provavelmente será a maior revolução pela qual passará o Sistema Financeiro Nacional que conhecemos.


Conforme definido na Resolução Conjunta nº 01/2020, o Open Banking é “o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas”. Em outras palavras, o Open Banking é a permissão e a sistematização de uma rede de transmissão dos dados bancários do consumidor final entre as Instituições Financeiras, desde que com sua autorização.


Na prática, o consumidor final pode autorizar o compartilhamento de seus dados com outras instituições financeiras, que podem adiantar novas soluções de mercado e competir o modelo de negócio dos bancos tradicionais, que muitas vezes deixam a desejar no tratamento com o consumidor e nas soluções financeiras.


Vale destacar que o Open Banking já é uma realidade na União Europeia, no Reino Unido, na Austrália e no Japão, os únicos países que antecederam o Brasil nessa substancial transformação do mercado financeiro.


As soluções que surgirão disso são inúmeras: intermediadores que gerenciam diversas contas bancárias em uma só plataforma; comparadores de taxas e de ofertas de crédito; inteligência artificial desenvolvida para melhor gestão dos recursos financeiros pessoais e empresariais; aumento de entidades ofertando crédito no mercado; redução das taxas de juros em operações de crédito pelo aumento da competição; análise de crédito mais precisa em plataformas de empréstimos Peer-to-Peer[2]; a contratação direta de serviços financeiros, mesmo que com terceiros, por meio de todas estas iniciativas; entre outras.


O limite é o da criatividade humana. Isso porque, o reconhecimento de que os dados financeiros são do usuário e não dos grandes bancos permite que todos os players do mercado financeiro possam balizar suas ofertas com base no histórico de seus clientes dentro do Sistema Financeiro Nacional, diferente do que acontece hoje, em que cada novo cliente é uma nova história, cheia de incertezas.

Anne Dias


[1] Fonte: pesquisa PwC Fintech Deep Dive 2019

[2] O peer-to-peer lending consiste na conexão de pessoas ou empresas que estão buscando empréstimos com investidores pessoas físicas ou jurídicas que não integram o sistema financeiro nacional e podem emprestar, sendo a operação intermediada por uma instituição financeira. Em síntese, são pessoas emprestando para pessoas.

 
 
 

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Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6:33)

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